Doação de órgãos de Mabel Calzolari deverá beneficiar até 10 pessoas

Após quase dois anos lutando contra a aracnoidite torácica, doença rara que atinge a medula, atriz de 21 anos teve morte cerebral confirmada nesta terça-feira (22)

A atriz Mabel Calzolari – que lutava contra a aracnoidite torácica, doença rara que atinge a medula, e teve morte cerebral confirmada, aos 21 anos, nesta terça-feira (22) depois de 10 dias de internação no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro – deve ser cremada no cemitério do Caju, Zona Portuária da cidade, nesta sexta-feira (25). À Quem a atriz Monique Curi, que vinha dando apoio à atriz e continua ajudando a família da artista, explicou que ainda não pode confirmar o dia e o horário exatos da cremação, uma vez que Mabel ainda será submetida à cirurgia para captação de órgãos. A atriz manifestou em vida o desejo de ser doadora e a família autorizou a doação.

“Foi confirmado e ela vai doar os órgãos. Provavelmente serão 10 vidas salvas. Isso está deixando a Silvinha, mãe da Mabel muito, muito conformada. Porque imagina se tivesse uma coluna para salvar a Mabel, né? Ela não teve… Então através dos órgãos da Mabel, ela vai salvar pessoas que estão sofrendo tanto quanto ela estava. A Silvinha está muito conformada e feliz em estar podendo doar os órgãos. Esse processo durará até amanhã e provavelmente a cremação da Mabel será na sexta-feira (25), a partir das 11h”, explicou.

Monique contou que só pode dar continuidade aos trâmites do velório e da cremação após a cirurgia para retirada dos órgãos. “Só não posso confirmar o horário exato ainda porque só podemos marcar a capela com o óbito na mão. E o atestado de óbito só sai no momento que acaba a cirurgia de captação de órgãos. E a cirurgia deve acabar amanhã (24) por volta de 16h30, 17h. Nossos planos são que amanhã a Mabel já seja retirada do hospital e o velório seja na sexta (25) de 11h às 13h no Caju para a cremação ser às 13h”, acrescentou.

Nesta terça-feira (22), Monique explicou que Mabel – que deixa um filho, Nicolas, de um ano e onze meses, da relação com o ator João Fernandes – sofreu paradas respiratória e cardíaca nos últimos dias. “Na sexta (18) passada, durante uma convulsão, a Mabel teve uma parada respiratória e precisou ser intubada. No dia seguinte, teve uma parada cardíaca que durou 12 minutos e a situação se agravou muito, já que a falta de oxigenação ocasionou danos sérios ao cérebro. No domingo (20), era dia de visita e fui com a Silvinha [mãe de Mabel] e o João [Fernandes] visitá-la. Só a Silvinha pôde vê-la e os médicos informaram que ela não estava respondendo aos estímulos, explicaram que a parada cardíaca tinha afetado o cérebro”, disse Monique sobre a jovem, que esteve na novela Orgulho e Paixão, da TV Globo, em 2018.

Monique explicou que, na segunda (21), a família foi chamada ao hospital. “Chegando lá, eles avisaram que ela poderia estar em morte cerebral, mas não podiam afirmar sem antes fazer todos os exames. À noite, eles pararam de sedá-la e começaram a fazer os testes e ela não respondia a mais nada. Hoje [dia 22] foi confirmada a morte cerebral. Ela já tinha esboçado o desejo de doar os órgãos. Então fizeram o teste de Covid, o resultado foi inconclusivo e eles vão fazer outro teste. Se der negativo, ela poderá doar. A Silvinha decidiu que vai doar. Achei um gesto muito bonito. Agora a Silvinha está aguardando o pessoal da central de doação de órgãos ligar para dar continuidade ao protocolo de doação”, afirmou.

Monique contou que Mabel lutava para não ficar tetraplégica. “Só que de uma semana para cá, a situação piorou e ninguém mais sabia o que ela tinha. Ela tinha aracnoidite torácica, que é uma inflamação que vai enchendo a coluna de cistos. Ela fez uma primeira cirurgia em um hospital particular, quando ainda estava com o João, e estava melhorando. Mas no final do ano passado, os sintomas voltaram e ela começou a ter muitas dores nas costas e ficou sem sentir as pernas. Foi internada no Hospital Municipal Miguel Couto e a equipe era muito boa. De dezembro do ano passado até maio deste ano, ela fez nove cirurgias. As cicatrizes já não fechavam mais, eram buracos”, descreveu.

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