Juíza rejeita pedido de prisão contra Bonner por incentivar vacinação de crianças

Advogado responsável pela ação disse que o apresentador do JN participa de uma suposta organização criminosa para falar sobre os impactos positivos da vacina no combate à pandemia

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios rejeitou neste domingo (16) uma ação absurda assinada pelo ex-promotor Wilson Issao Koressawa que pedia a prisão do apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, por incentivar a vacinação contra a Covid-19 em crianças e adolescentes.

Segundo o advogado, Bonner participa de uma suposta organização criminosa, composta por outros profissionais da emissora, para falar sobre os impactos positivos da vacina no combate à pandemia. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na “Folha de S. Paulo”.

Sem provas, Koressawa também acusou o apresentador dos crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de “envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo”. E pediu que Bonner fosse proibido de “incentivar a vacinação obrigatória de crianças e adolescentes e a exigência de passaporte sanitário”.

Responsável pela decisão, a juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley classificou a ação como descabida e disse que se assemelha a panfletagem política ao reproduzir teorias conspiratórias sem qualquer lastro científico e jurídico.

“O Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa —quando não incendiados— por parte das instituições, sejam elas públicas ou não”, afirma.

“Os inúmeros mecanismos de pesos e contrapesos da democracia nos colocaram na presente situação, mas será somente por meio dela que o Poder Judiciário, trincheira do Estado democrático de Direito, poderá colaborar para que ensaiemos a superação da cegueira dos nossos tempos”, diz Foley.

Por fim, a juíza afirma que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) consagrou o entendimento de que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de proferir críticas. “Para [o professor] Eugênio Bucci, aliás, mais do que direito do jornalista, a liberdade de informação é direito do cidadão e dever da imprensa.”

Procurado pela coluna, Bonner não quis comentar o caso. O apresentador tem feito críticas e dado indiretas ao governo de Jair Bolsonaro (PL) no Jornal Nacional. Recentemente, ele levou o programa aos assuntos mais comentados do Twitter após “traduzir” nota “Rolando Lero” da Presidência.

Revista Fórum

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