A família da idosa que teve morte ironizada nas redes sociais na última quarta-feira (08), por uma estudante de medicina que estagiava na Unidade Mista Dr. José Carlos de Gusmão, em Marechal Deodoro vai levar o caso a justiça.
Segundo a advogada da família de Lenilda Silva Nunes, 62 anos, Luciana Omena, o caso não passará em branco. “O que ocorreu foi um absurdo, e ficou decidido que não iremos deixar isso passar em branco. Já estou analisando os detalhes do ocorrido para, junto com a família, decidir o que faremos judicialmente”.
A aposentada por invalidez morava com um filho e a nora em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió e na terça deu entrada na Unidade Mista Dr. José Carlos de Gusmão, em Marechal Deodoro, onde a estudante de medicina fazia estágio com fortes dores no peito.
Em sua rede social a jovem estudante de medicina, reclamou da chegada da paciente com edema agudo no pulmão bem perto da hora de seu descanso. Postou a estudante: “Faltando 10 min para minha hora de dormir, chega mulher infartando e com edema agudo de pulmão, e agora já passou 1:30 da minha hora de dormir, tô puta, a mulher morreu e eu não dormir”. Apesar de ter postado na opção melhores amigos, o caso foi divulgado e logo viralizou nas redes sociais.
A Secretaria Municipal de Saúde de Marechal Deodoro disse em nota que tomou conhecimento do caso através de informação prestada pelo médico-chefe da Unidade Mista Dr. José Carlos de Gusmão, e, imediatamente, solicitou o desligamento da acadêmica do quadro de estagiários do Município. A referida estagiária é oriunda de um convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Marechal Deodoro e a unidade de ensino Cesmac (Centro de Estudos Superiores de Maceió). A Secretaria lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso focado na humanização e respeito ao cidadão em todas as nossas unidades de saúde.
Já o coordenador do curso de medicina do Cesmac, André Falcão, disse que a instituição soube do caso através de grupos do WhatsApp. E afirmou que a estudante do 9º período foi afastada do estágio até que seja averiguado o fato e as medidas cabíveis sejam tomadas. Além disso, suspensa da instituição até o fim das investigações. Nos próximos dias, a estudante deve ser chamada para prestar esclarecimentos sobre os fatos.
Quem também está investigando as circunstâncias em que ocorreu a morte de dona Lenilda é o Conselho Regional de Medicina (CRM). “Estamos apurando se havia um médico responsável no local e, como ela colocou essa mensagem no Instagram, queremos saber se o responsável sabia e se isso de alguma forma afetou o tratamento da paciente”, ressalta o presidente Fernando Pedrosa.
Pedrosa adiantou que a entidade não irá investigar a conduta da estudante, pois isso cabe à faculdade. “Nós iremos apurar se ela era supervisionada e quais foram às causas da morte da paciente. A conduta dela cabe ao colegiado da instituição de ensino que ela faz parte’’.
Tribuna Hoje com agências
