Ludhmila Hajjar: quem é a cardiologista e intensivista cotada para o Ministério da Saúde

Com perfil técnico e ex-braço direito de Roberto Kalili Filho, o cardiologista de Lula, Ludhmila Hajjar pode substituir o general Eduardo Pazuello

Especialista no combate da Covid-19, o nome da cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar como opção para comandar o Ministério da Saúde. Caso seja confirmada sua nomeação, ela se tornará a primeira mulher a liderar a pasta da Saúde no Brasil. O nome de Ludhmila vem circulando em Brasília desde o ano passado e a possível troca vem em meio ao período mais agudo da pandemia no país. Só neste sábado o Brasil registrou 1.940 mortes pela Covid-19, totalizando 277.216 óbitos, segundo o G1.

Nascida em Anápolis, município de Goiás, ela se formou em medicina na Universidade de Brasília (UnB), em 2000. Professora associada de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e diretora de Ciência e Tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a médica condenou publicamente o uso de cloroquina para o tratamento da doença e defendeu o uso de máscaras, o isolamento social e da vacinação em massa. Inclusive, já recebeu a segunda dose da vacina e comemorou a imunização em sua conta do Instagram, que acumula 90, 6 mil seguidores. “Hoje recebi a segunda dose da Coronavac! Desejo que toda a população brasileira em breve possa sentir o que senti hoje: esperança de dias melhores, sem sofrimento e sem mortes. Desejo e espero que todos os brasileiros em breve estejam vacinados contra a COVID-19!”, escreveu em fevereiro passado.

“Por também atuar na academia, temos a impressão que Ludhmila tenha a capacidade de fazer uma leitura crítica dos dados, além de capacidade técnica para tomar decisões”, afirma Paulo Hoff, presidente da Oncologia da Rede D`Or, onde Ludhmila trabalha no corpo clínico. Foi na unidade do Nova Star de Brasília que ela tratou o ministro Eduardo Pazuello,  quando este foi infectado pelo novo coronavirus.

“Nos conhecemos há mais de 15 anos, quando trabalhávamos no Hospital Sírilo Libanês”. Lá, ​Ludhmilla foi o braço direito do cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor geral do centro de cardiologia do Hospital Sirio Libanês, em São Paulo, de 2008 a 2019. Como coordenadora da equipe, atuou no atendimento de Lula e Dilma Rousseff em seus tratamentos no hospital. “Ela era a mente brilhante que levou o Kalil onde ele chegou”, diz um médico que prefere não se identificar. Outro colega, que também não quer se identificar, pondera. “Temo que o fato de ela, como todo bom médico, ter atendido pessoas de diferentes correntes políticas possa jogar contra sua indicação. A saúde não deve ter partido”.

Durante a pandemia, ela atendeu várias figuras importantes do cenário político, como o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e diversos ministros do STF.  “Não era nunca para estarmos em crescimento do número de doentes mortos sendo que o mundo todo demonstra uma queda. O Brasil está fazendo tudo errado e está pagando um preço por isso. Hoje temos um número muito pequeno da população vacinada. Isso tudo tem um resultado hoje catastrófico, que estamos, infelizmente, assistindo no nosso dia a dia. O Brasil já deveria estar hoje com cinco ou seis vacinas disponíveis”, disse Ludhmila em entrevista recente ao Jornal Opção, de Goiás.

“Acredito que a comunidade médica vê com bons olhos uma indicação técnica, já que estamos passando pela maior crise sanitária da nossa história”, afirma Paulo Hoff. “O ministro da Saúde tem um papel fundamental na interlocução com produtores da vacina. Como a conheço há muitos anos, posso dizer que ela se entrega de corpo e alma para o trabalho”.

Segundo a Secretaria Especial de Comunicação Social o presidente Jair Bolsonaro se reuniu na tarde deste domingo (14.03) com Ludhmila Hajjar no Palácio da Alvorada, em residência oficial da Presidência, em Brasília. De acordo com O Globo, Pazuello teria pedido para sair do comando da pasta. O pedido de demissão teria sido motivado por problemas de saúde. Além de Ludhmila, o nome de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, também foi cotado para o cargo.

Vogue

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