Ex-goleiro do Grêmio e Flamengo, Ferretti, assume ser gay

O ex-goleiro diz que decidiu falar publicamente sobre como lidou com sua sexualidade durante os mais de 30 anos de futebol para ser um exemplo positivo aos novos atletas. “O ambiente do futebol é muito hostil para um gay, muito mesmo. Eu fico imaginando quantos garotos desistiram de se tornar jogador de futebol por conta disso, por perceberem essa situação. Quantos talentos foram perdidos? O futebol perdeu, os clubes perderam, porque o ambiente realmente não ajuda. Eu segui com tudo isso, mas sofri com as consequências de seguir, era o meu sonho. Eu queria ser goleiro do Grêmio. Eu queria ser um jogador de futebol. Eu conquistei isso, só tive que que enfrentar um outro lado que é muito difícil”, desabafou ele.

“Eu me joguei desesperado. Na verdade, o desespero era outro, não era um desespero para não tomar gol. A minha vida pessoal, a cada defesa que eu fazia, cada vez que eu me destacava mais dentro de campo, o buraco vazio aumentava também inversamente proporcional. Quanto mais famoso eu ficava, mais difícil se tornava ser gay dentro desse ambiente”, revelou.

Ferretti era titular do Grêmio, em 1993, quando sofreu uma fratura na perna durante um amistoso. Foram quase dois anos fora dos gramados. Apesar disso, o período foi importante para que entendesse suas questões pessoais e começasse a ter contato com outros homens. “Foi o que me deu a oportunidade de poder repensar algumas coisas e começar a equilibrar isso”, explicou ele.

“É possível ser gay, ídolo e ganhar títulos. Dá para ser um jogador talentoso. Dá para ter sucesso no futebol. Eu cumpri minhas obrigações dignamente. Fui profissional e entreguei desempenho, isso acaba me motivando para deixar um legado fora de campo também.”

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