Casarão histórico é demolido no centro de Maragogi

Um patrimônio histórico, um antigo casarão situado no centro de Maragogi, originalmente propriedade de dois ex-prefeitos do município, Arthur Sena e seu filho Edvaldo de Melo Sena, corre o risco de ficar apenas na lembrança da população. O imóvel foi parcialmente destruído no fim da última semana e gerou indignação entre os moradores. Máquinas derrubaram quase todas as paredes seculares. A demolição parecia que ia ser total. Mas, segundo informações da vereadora Alcyone Pinto, a prefeitura comunicou que a fachada permanecerá e será restaurada. Mas talvez os danos causados sejam irreversíveis.

Arquitetura original do casarão da família Sena. (Autoria da foto é desconhecida)

“Um grande susto ao ver a demolição de uma parte da fachada desse prédio que faz parte da história da nossa cidade”, consternou-se a vereadora Aycione Pinto. “Ainda bem que foi só um susto mesmo. As fachadas antigas de uma cidade devem ser preservadas, esse cuidado é importantíssimo para manter vivas as lembranças do passado. Entrei em contato com o pessoal da prefeitura, que me garantiu que a fachada será preservada. Isso nos deixa aliviados. Esperamos realmente que isso aconteça e com certeza, seja o que for projetado ali, fique mais bonita ainda.”

No município de Maragogi, ainda é possível ver prédios antigos. No centro da cidade, existe um casarão de 1850, pertencente à família Calaça. Na Fazenda Cachoeira, uma igrejinha de 1851 resiste ao tempo, e um casarão se mantém erguido na Fazenda Genipapo. No povoado de Barra Grande, existem casas histórias, que estão abandonadas e caindo aos poucos por causa de brigas familiares.

Casarão da família Calaça. (Foto: Ismélia Tavares).

“Aos poucos, a história vai virando pó com demolições de locais tidos pela população como históricos. Novas construções vão dando lugar às antigas obras. Mas o abandono de edifícios antigos é uma realidade em várias partes do mundo e uma das causas da perda de parte do patrimônio histórico. No Brasil, também vivemos o drama de perder a cada dia o patrimônio arquitetônico. Em todas as regiões do país, construções históricas estão sendo demolidas devido ao abandono por parte de seus donos ou mesmo pela negligência do poder público. Preservar pode ser o caminho mais difícil, mas pode significar uma forma de empreendedorismo por parte da iniciativa privada e de tomada de consciência por parte da comunidade, que reconhece em um edifício, um chafariz, uma ponte ou mesmo uma praça, algo que remeta às suas memórias coletivas e individuais. Para quem acredita que tudo deve ser tratado como uma empresa, enxergar o “lucro” em um centro cultural ou em um museu pode ser difícil, enquanto demolir e capitalizar o terreno, muito tentador”, explica a mestra em história, Natania Nogueira.

A comunidade que preserva seus prédios antigos tem mais história para contar e isso significa mais cultura.

Igrejinha da Fazenda Cachoeira. (Foto: Maragogi News).

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