A marretadas, padre tira pedras que impediam permanência de moradores de rua sob viaduto

Ação de Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, foi protesto contra obra da Prefeitura de SP que Pastoral considera higienista

São Paulo  O padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, divulgou nesta terça-feira (2/2) em suas redes sociais imagens de uma ação de protesto no viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé (zona leste de São Paulo).

Segundo a Paróquia São Miguel Arcanjo, em que padre Julio celebra missas, a pastoral foi até o local na segunda-feira (1º/2) para retirar parte das pedras que foram cimentadas no passeio do viaduto pela prefeitura. A pastoral considera a obra “higienista, visando expulsar pessoas em situação de rua de um local em que as pessoas podem dormir sem tomar chuva na região”.

A obra foi executada na quinta-feira (28/1) pela Prefeitura de São Paulo e não foi bem recebida pela opinião pública. Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que “a implantação de pedras sob viadutos foi uma decisão isolada, não faz parte da política de zeladoria da gestão municipal, tanto é que foi imediatamente determinada a remoção. A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) instaurou uma sindicância para apurar os fatos, inclusive o valor, e um funcionário já foi exonerado do cargo”.

Embora a prefeitura diga que foi determinada a remoção das pedras, a Pastoral do Povo de Rua diz que ainda há rochas no local e no viaduto Antônio de Paiva Monteiro.

População de rua

Em 2019, a prefeitura realizou o censo de moradores de rua que identificou 24.344 pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, sendo 11.693 acolhidos na rede assistencial municipal e 12.651 em situação de rua.

De acordo com a prefeitura, “os viadutos Antônio de Paiva Monteiro e Dom Luciano Mendes de Almeida têm o monitoramento diário do Seas Mooca, que intensifica ações de acolhimento quando há pessoas em situação de vulnerabilidade no local com atendimentos de orientação à saúde, documentação, obtenção de benefícios dos programas de transferência de renda e encaminhamento para Centros de Acolhida”.

Metropoles

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