Jovem negra grávida é morta durante ação da PM no Rio de Janeiro

Segundo moradores, Kathlen Romeu foi vítima de bala perdida na tarde desta terça-feira (8). Moradores fizeram protesto na região da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá

Kathlen Romeu, 24 anos, morreu na tarde desta terça-feira (8/6) após ter sido baleada durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, comandada pelo governador Claudio Castro (PSC), em uma comunidade localizada na região da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, na zona norte do Rio. Ela estava grávida de 14 semanas e já chegou ao hospital sem vida.

Por volta das 16h desta terça-feira (8/8), moradores da comunidade Vila Cabuçu, uma das favelas que compõem o complexo, se manifestaram em protesto à morte de Kathlen e fecharam parte da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga as zonas oeste e norte da cidade.

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Kathlen de Oliveira Romeu. “Segundo os agentes, a mulher foi baleada durante um confronto entre traficantes e policiais militares, socorrida ao Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu e faleceu. Testemunhas serão ouvidas e diligências realizadas para esclarecer todos os fatos e identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima”.

Segundo a plataforma Fogo Cruzado, que monitora violência urbana no estado do Rio de Janeiro, 15 mulheres grávidas foram baleadas no Grande Rio desde 2017, quatro delas em operações policiais – oito morreram.

Kathlen Romeu era designer de interiores e fez um post recentemente em seu Instagram anunciando que estava grávida. Há menos de uma semana a jovem celebrava nas redes: “Neném, já me sinto pronta pra te receber, te amar, cuidar”. Uma moradora que preferiu não se identificar afirmou que Kathlen ia ver o salão de beleza da prima quando foi atingida pelo tiro e que “a policia já chegou atirando”.

Em nota, a assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que, na tarde desta terça-feira (8) policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Lins “foram atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como ‘Beco da 14’. Houve confronto na ação, sendo apreendidos um carregador de fuzil, munições de calibre 9mm e material entorpecente a ser contabilizado. Após cessarem os disparos, os militares encontraram uma mulher ferida e a socorreram ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, onde  – infelizmente – não resistiu. O local está preservado e a perícia foi acionada”.

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