A pouco mais de quatro meses para as eleições majoritárias, e o eleitor maragogiense ainda não viu nem ouviu falar a que vieram os candidatos. O que se vê nas redes sociais, uma excelente vitrine para expor ideias e provocar discussões pertinentes, é uma jorrada de ataques pessoais do mais baixo nível. Ou exposição de fotos com “personalidades” supostamente com crédito para influenciar a cena política. Trata-se de uma demonstração nítida de medição de forças entre os adversários.
É nisso que se transformou a pré-campanha política de Maragogi: metralhadora giratória pornográfica (pornográfica em todos os sentidos) e ameaça de poder. O circo está montado. A plateia vai no embalo, dividida em “torcidas”. As discussões nas redes sociais não são em prol do município. São, na maioria das vezes, promovidas por “testas de papel” preocupados em perder ou ganhar regalias. A motivação, com uma certa dose de cinismo, é escancarada. Sobram palavras e imagens de gozação, até de humilhação; falta seriedade. E nessa guerra digital vale tudo, até criar perfis fakes – tão na moda –, para “melhor” extravasar a raiva e sangrar o adversário.
Combinamos que seja válido quando se tenta despir a conduta pública do adversário, apesar da forma agressiva. Um “mal” necessário, pois mostra ao eleitor a sua maneira de agir, já que o que está em questão é a vida pública do candidato. Cabe ao eleitor analisar o perfil de cada um, pesando seus defeitos e qualidades. O problema é quando parte para os ataques de cunho pessoal, familiar, ou até sexual.
O eleitor quer tomar conhecimento de projetos convincentes a fim de resolver nosso mais grave e constrangedor problema, que é a total falta de infraestrutura de todo o município de Maragogi. Se vão fazer a tão discutida (que nunca saiu do papel, da teoria e da enrolação, com tanto dinheiro jogado fora com projetos e coffee break em hotéis) revitalização da orla, do centro da cidade, outro cenário decadente. Como pensam solucionar a falta de estacionamento, como vão tirar os carros “guardados” nas ruas, obstruindo o trânsito. O problema das caçadas sem acessibilidade, os pedestres quase não conseguem andar, principalmente os idosos e cadeirantes. A vista grossa para a destruição da natureza… Sem falar nas áreas de vulnerabilidade social…
É de extrema importância que nossos candidatos nos apresentem propostas sérias de como pretendem sanar – e não remendar, Maragogi está cheio de remendos – nossos maiores problemas. De como vão concluir obras paradas como a rodoviária, por exemplo. Qual o destino que vão dar aos barraqueiros da denominada praça de alimentação – nome que não faz jus ao que vemos. Até quando vão empurrar com a barriga?
Mas parece que existe um fxdx-se para o município. É perturbador esse silêncio por parte dos pré-candidatos e esse comodismo, essa aceitação por parte dos eleitores. Parece que a gerência do município é o que menos importa. Parece que “o meu candidato” ganhar é o que mais importa. O município? Entregue ao Deus dará. Pelo andar da carruagem, continuará afundando no caos, na crescente e visível decadência. Para tristeza dos munícipes conscientes, e para desespero dos empresários do setor turístico.