Sendo a sociedade uma célula viva, será preciso, diante dos preceitos constitucionais da nossa CF/88 – tão subjetivos e que regem o nosso direito –, que o nosso povo se organize e reivindique democraticamente do poder público os seus anseios maiores.
Quando fui vereadora, me lembro que criei o primeiro Sindicato dos Servidores Públicos de Maragogi. Desde aquele momento, não vi outra forma organizada de reivindicação da nossa sociedade. Passaram-se os anos, a cidade cresceu e não vejo a participação popular em lugar de representação social (associações de bairros e associações comerciais etc).
Lembrando que os bugueiros, o pessoal do transporte marítimo, o MST, os cooperados da Coopeagro, que ajudei a elaborar o seu estatuto, e outros, só conseguiram seus direitos através de pressões reivindicatórias de forma conjunta. Supostamente, a nossa sociedade tem aguardado apenas o período eleitoral para voltar a ter expectativas nas mudanças a serem realizadas.
Logo entendo que, sem organização de base, poucas mudanças viremos acontecer, uma vez que o código binário do Poder é o Poder x Poder, e esse código me parece vir sendo cumprido e praticado estritamente pelas maiores forças políticas de Maragogi ao longo de décadas.
Por fim, deixo aqui as minhas mais singelas considerações, com todo respeito e pesar em ver que a nossa Maragogi, com suas imensuráveis belezas naturais que geram vida e riquezas, vem sucessivamente sendo destroçada pela ganância e o desrespeito urbanístico, social e consequentemente econômico, pelo poder político local, nos últimos tempos.
Nadja Baía
