Sesau: ‘Não há casos da doença da urina preta em Alagoas’

Registros de sintomas similares em dois pacientes seguem em investigação no estado e ainda não há prazo para conclusão.

Os dois casos suspeitos de Síndrome de Haff, popularmente conhecida como doença da urina preta seguem sem confirmação. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), não há prazo para resultados das análises.

Na semana passada, a divulgação de dois casos com sintomas similares aos da doença chamou a atenção das autoridades de saúde. Nos registros, os pacientes consumiram um tipo de peixe na Massagueira, em Marechal Deodoro, o que motivou a apreensão de pescados na região.

Conforme explicou a Sesau, não é possível indicar ainda o que motivaram os sintomas e se estão realmente associados a essa doença.

“Em Alagoas não há nenhum caso confirmado da Doença da Urina Preta. As pessoas comeram o peixe na Massagueira e quem fez a notificação foi a Vigilância Epidemiológica de Marechal Deodoro. As amostras do pescado consumidas pelas pessoas que apresentaram os sintomas foram coletadas pela Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro e encaminhadas ao Lacen para análise, que ainda não está pronta e que, ainda, não tem prazo para conclusão”, informou a Sesau.

Procurado pela reportagem, o Lacen afirmou que as análises seguem um protocolo detalhado e por isso não há prazo para conclusão.

“A Gerência do Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) informa que recebeu as amostras do pescado coletadas pela Vigilância Sanitária de Marechal Deodoro e que está em processo de análise. Ressalta, entretanto, que não há um prazo determinado para conclusão, uma vez que o processo requer minucioso estudo para comprovar ou descartar a presença da toxina proveniente de algas marinhas no pescado analisado, que podem ou não ter provocado os casos suspeitos de Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta”, diz o órgão.

É a primeira vez que Alagoas registra infecções suspeitas

 

A doença da urina preta, cientificamente conhecida como Síndrome de Haff ocorre mediante contaminação por uma bactéria transmitida através do consumo de uma toxina da carne de peixe. Os sintomas mais comuns são dor muscular, febre e urina de aspecto escuro, podendo evoluir ao óbito. A toxina gera danos no sistema muscular e em órgãos como rins, por isso a mudança no aspecto da urina. Esta é a primeira vez que Alagoas registra casos suspeitos da doença.

O doutor em Ciências Aquáticas, professor e vice-coordenador do Comitê Científico de Bacias Hidrográficas do Nordeste, Emerson Soares explica que essa toxina, ao contrário do que vem sendo comentado, não está associada a uma espécie de pescado.

“É uma toxina proveniente de microalgas, ou muco de corais. Não é de peixe específico. Aqui no Nordeste não era comum isso, mas agora está começando a acontecer. Existem palotoxinas ou toxinas diarreicas, amnésicas ou paralisantes. Essa palitoxina pode ser encontrada em dinoflagelados ou algas microscópicas, o envenenamento causa náuseas, paladar com sabor metálico, vômitos, hipersalivação, dores abdominais, diarreia, espasmos musculares e dor ao respirar”, diz o especialista.

Tribuna Independente

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