Maragogi começa a semana com o anúncio de que seu gestor viaja a Portugal ainda nesta segunda-feira (14). O comunicado foi feito pelo próprio. Segundo ele, alegando que a passagem está cara (como se fosse sair do bolso dele, e não dos cofres públicos). E ficará por lá durante seis dias. Irá acompanhado, evidentemente, mas não citou nenhum nome da equipe de, imaginamos, “assessores”. Tampouco a quantidade.
Alegou que não avisou aos munícipes que iria a Europa por conta da pandemia, “que agora está sob controle”, e que passará três dias em Lisboa, de olho no euro dos turistas portugueses, trocando informações e fazendo o papel de garoto propaganda do município, como se Maragogi precisasse ainda de mais marketing do que de toda uma infraestrutura para abrigar bem o turista e fazer com que ele se demore mais por aqui e até pense em voltar.
Também citou um certo Centro Tecnológico de Inteligência, a fim de montar um setor de algo que o maragogiense de nível não consegue traduzir, “de ideias inovadoras, para dar uma cobertura a essas pessoas, uma espécie de incubadora (onde se desenvolve, obviamente, pessoas superinteligentes), para ver se as ideias avançam e progridem e o município toma uma posição de avançar em qualquer que seja a área.” Quase uma confissão de que o município está estagnado, e que precisa de um setor de Inteligência Europeia (quiçá superior à brasileira) para resolver os problemas de Maragogi. Parece ter desistido de procurar tamanha inteligência por aqui.
Também anunciou que quem assumirá o comando do município durante sua ausência é o vice-prefeito Gabriel Vasconcelos. “Ele deve tomar posse amanhã cedo. A Câmara deve dar posse a ele.” E derramou elogios ao amigo e aliado político. “Gabriel é um vice afinado, é secretário de Meio Ambiente. Ele tomará posse por vários motivos; entre os quais, assinar documentos, responder a questionamentos políticos, fazer reuniões pendentes. Ele fica até segunda-feira à tarde.”
No tocante a aumento salarial dos servidores, coisa que parece não gostar muito nem de falar, disse que, em relação à Saúde, “se a gente tiver uma PEC de um deputado, que nós estamos tentando viabilizar… que tem que garantir de onde vem o dinheiro para esses aumentos. Se for votada e aprovada, porque temos até o início de abril. O Governo Federal vai ter que dizer de onde vem os recursos para complementar esse aumento. Vamos conversar com os enfermeiros, o sindicato, já marcamos, tão logo eu retorne de Portugal. Vou logo avisando que fiz um PCC (Plano de Cargos e Carreira). Mas é complicado fazer um PCC e dar um aumento. Esqueceu de dizer porque o Município o fez.
E botou a culpa até na pandemia, claro. Porque, numa fase pandêmica, os municípios estão passando “estão como estão” (passando por dificuldades, ele quis dizer), quando temos conhecimentos de que o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) tem vindo com constantes aumentos nunca antes visto para todas as prefeituras, além de verbas especiais, justamente por conta da pandemia.
Acerca do aumento da Educação, disse que “já demos um aumento de 4,35%, que é uma reposição de infração do passado. Mas nosso piso já é muito alto, alto demais, comparado com a região, é o mais alto que tem, é o segundo ou terceiro do estado, mas não vamos deixar de dar aumento, que obedecerá o calendário de março. Em média, 13%, lembrando que a data base da gente é maio. A expectativa dos professores era de 10%, mas vamos dar ganho real.”
E comunicou que o município vai fazer entrega de títulos agrários. “Inclusive com a presença do presidente Bolsonaro (de quem não é eleitor, mas o primo Artur é). Ele mandou pro César (Lira, outro primo seu, superintendente do Incra em Alagoas). O cerimonial até já articulou nesse sentido. Vamos fazer uma série de inaugurações… Aliás, são tantas inaugurações! Graças a Deus! Começaremos no do dia 22 e vamos terminar no dia 24, tamanha a quantidade de inaugurações, em todas as áreas.” Não citou inaugurações do quê. Talvez da rodoviária, do centro de artesanato, da revitalização da orla, do centro de convenções, do asfaltamento das estradas rurais, da ciclovia… Maragogi, na mente do gestor, é um espetáculo! Ah! E, brincando, com ironia, de ser aprendiz de meteorologista, disse que não tivemos verão, apesar dos dias quentes que temos, tivemos e ainda teremos, daí que “não culpem o município pelos problemas das estradas.”
Desejamos uma excelente viagem, prefeito! E que consiga se encontrar com essas criaturas, imaginamos, alienígenas dotadas de superinteligência para solucionar nossos problemas mais primários. Como coleta de lixo, enchentes nas ruas principais, moradia para quem vive em situação de extrema vulnerabilidade social, organização da orla marítima, cumprimento de seus decretos… Enfim, ficamos no aguardo.