Paulo Nunes requer Moção de Agradecimento aos bombeiros militares que socorreram as vítimas do acidente com catamarã em Maragogi

Tragédia aconteceu em 27 de julho de 2019.
Os bombeiros militares Marcelo Henrique de Oliveira Silva, 2º Sgt BM, Paulo Henrique Andrade do Nascimento, 2º Sgt BM, e Ramon Rodrigues de Moura, 2º Sgt BM. Foto: arquivo pessoal.

O vereador Paulo Nunes (PP) usou o plenário da Câmara Municipal de Maragogi para requerer uma Moção de Agradecimento, em gratidão à bravura dos bombeiros militares, Marcelo Henrique de Oliveira Silva, 2º Sgt BM, Paulo Henrique Andrade do Nascimento, 2º Sgt BM, e Ramon Rodrigues de Moura, 2º Sgt BM, com medalhas de Mérito Bombeiro Militar e de Defesa Civil estadual.

“Solicito uma Moção de Agradecimento para um ato considerado de bravura, realizado por três bombeiros militares, pois, na manhã do dia 27 de julho de 2019, excederam suas capacidades humanas para conseguir socorrer mais de cinquenta vítimas, quando um catamarã colidiu com uma pedra e naufragou aqui no município de Maragogi”, justificou o parlamentar. “Diante disto, considerando a magnitude do evento catastrófico, bem como em virtude da gravidade com que as vítimas chegaram, o atendimento com extrema velocidade, técnicas, decisões acertadas e gerenciamento dos riscos, considerando também os recursos limitados, a bravura, o altruísmo e o desprendimento de protocolos e burocracias dos três militares, é necessário o reconhecimento e agradecimento aos mesmos.”

Passados já quase quatro anos, as equipes de resgate do Corpo de Bombeiros estão sempre se alternando. E um dia desses, por coincidência do destino, os três bombeiros se reencontraram de novo. “Estávamos conversando sobre as coisas das nossas famílias e sobre a vida de bombeiro militar, quando um dos nossos colegas lembrou o episódio trágico ocorrido naquele dia”, recorda o 2º Sgt Oliveira Silva. “Como foi uma ocorrência muito marcante, pensamos em escrever alguns relatos sobre essa história que tanto marcou nossas vidas. Então estávamos aleatoriamente escrevendo alguns trechos e memórias, até que um dos integrantes dessa guarnição resolveu contar ao seu pai, um PM da reserva, com larga experiência de caserna.”

Chegada das vítimas à praia. Foto: desconhecido.

O pai do companheiro questionou se alguém tinha tido acesso às ações desenvolvidas na ocorrência, pois eram diferenciadas das demais, em virtude da magnitude do acontecimento. “Daí, quando demos por conta, ele já havia comentado sobre o assunto com seu amigo de longas datas, o hoje vereador Major Paulo Nunes, que, de imediato, se interessou em conhecer melhor a história da nossa ação de grande vulto”, prossegue o Sgt Oliveira Silva.

A tragédia de 27 de julho de 2019

Nessa data, os três bombeiros militares estavam prestando serviços comunitários em um evento na Praia de Burgalhau, que pertence ao município de Maragogi, e, ao receberem uma ligação da central do 2º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) para a ocorrência de uma vítima de mal súbito em uma lancha na Praia de Maragogi, perceberam, chegando ao local, que não se tratava de uma única vítima.

Imediatamente, dirigiram-se ao cenário da tragédia. Lá, antes se depararam com várias informações desencontradas, até tomarem conhecimento da gravidade do acontecido. Um catamarã havia naufragado com cerca de cinquenta pessoas. Neste momento, o comandante da guarnição acionou a central e solicitou apoio do SAMU, das ambulâncias da prefeitura, do helicóptero de resgate e das guarnições de serviço, enquanto os outros dois militares da guarnição se preparavam para adentrar o mar, quando as primeiras vítimas chegavam à orla, vindas em uma lancha.

“Logo entramos na água para retirarmos a vítima mais grave, com o apoio da população, e embarcamos todos em nossa unidade de resgate, simultaneamente iniciando o protocolo de reanimação em uma das vítimas que apresentava afogamento grau 6 (parada cardiorrespiratória), transportando todos para a UPA de Maragogi”, narra o sargento.

As primeiras vítimas foram deixadas sob os cuidados médicos e os socorristas retornaram à praia, onde se depararam com outras dezenas de vítimas que desembarcavam das lanchas. Realizaram as devidas abordagens de primeiros socorros de maneira ágil e técnica, pois havia pessoas com diversos traumas (leves, médios e graves) que precisavam de atendimento. E em seguida fizeram alguns transportes de pacientes com a unidade de resgate, comportando o máximo de pessoas possíveis.

A UPA de Maragogi ficou superlotada, e dezenas de vítimas foram socorridas na parte externa. Foto: desconhecido.

“Retornando mais uma vez ao local da catástrofe, encontramos as primeiras equipes de apoio também chegando, e assim começamos a gerenciar as inúmeras vítimas que vinham das embarcações e se misturavam aos incontáveis curiosos que se aglomeravam na praia”, Sgt Oliveira continua o relato. “Simultaneamente, os helicópteros sobrevoavam o local do naufrágio em alto-mar. Nossa equipe de salvamento também chegou a ficar de prontidão, com o jet sky, caso houvesse a necessidade de fazer o socorro em alto-mar. Na areia da praia, conseguimos separar todos os envolvidos no naufrágio e transportá-los, juntamente com as ambulâncias locais e SAMU, para a UPA.”

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), perceberam que a demanda de atendimento era muito alta, as salas já estavam superlotadas, e foi necessário continuarem auxiliando no que fosse possível no socorro às vítimas que ainda se encontravam na área externa da UPA.

“O clima de desespero era muito grande entre os envolvidos que procuravam os seus parentes, que haviam sido conduzidos no início. Buscamos ao máximo manter o controle da situação, com intervenções pré-hospitalares, apoio emocional e estabelecimento de prioridades no atendimento. Diante dos fatos, acreditamos que, apesar de lamentavelmente perdermos duas vítimas, conseguimos lograr êxito na nossa missão, evitando a evolução de outras vítimas para casos severos e com desfechos ainda mais trágicos”, conclui o sargento.

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