Festival de quadrilhas e festa dos namorados: desistências, vaias e ausência de público

Imagem ilustrativa

“Em todos os anos de festa do padroeiro de Maragogi, esse foi um dos piores. E o outro cantor nem se apresentou”, postou uma cidadã maragogiense num grupo social. Ela se referia às atrações musicais que se apresentaram na noite do dia 12, segunda-feira, em alusão ao Dia dos Namorados, e por tabela, às comemorações da maior festa católica do município, a do padroeiro Santo Antônio, na terça-feira (13).

O artista que não se apresentou foi Geraldo Cardoso, que constava na programação da prefeitura (ausência só anunciada lá pela madrugada). Aliás, muito criticada desde seu anúncio, de forma debochada e até com insultos. Tanto é verdade que os perfis do governo municipal bloquearam a opção de comentar. Não suportaram tantos comentários negativos, como é de praxe.

O argumento dos defensores de plantão? Um só: “mas está pagando em dia”. Quantas outras prefeituras estão pagando em dia e fazendo ótimas festas? E pagar em dia não é uma qualidade: é uma obrigação. É como o caráter: é inerente ao ser humano. Não deve ser motivo de exaltação. Temos o dever de tê-lo.

E as imagens (suprimidas) comprovam a vergonha, a decepção, o desolamento: buscamos por fotos ou vídeos nas páginas da prefeitura, como eles gostam sempre de divulgar o que é bom e bonito, e encontramos apenas uma postagem: um tantinho triste, melancólica. A notável cantora Wilma Araújo cantando para ninguém na praça de eventos, palco da tragédia.

Nenhuma imagem ampla do público. Simples: não tinha público. Meia dúzia de gato pingado.  Não pouparam a famosa artista da Terra dos Marechais desse constrangimento. Wilma já esteve em Maragogi, se apresentando para um público bem diferente, no Festival da Lagosta. E fez o maior sucesso. A cantora tem um estilo sofisticado. Não é mais indicada para festas populares. “A pessoa certa no lugar errado”.

Um publicozinho até que se formou, quando a banda do ex-ministro do Turismo Gilson Neto subiu ao palco. Óbvio, Brucelose tem um apelo popular. Embora os festeiros nativos reclamem, aleguem estar saturados da sua presença, sempre vão remexer o esqueleto. Tocam forró pesado, tudo a ver com festejos juninos.

Não foi só.

Nas duas últimas noites anteriores, ocorreu o brilhante Festival de Quadrilhas. Juninas. Na primeira noite, sábado, 10, das onze (virou número de azar) inscritas, pelo menos na divulgação da prefeitura, somente três chegaram em Maragogi. Desistiram oito. As artes com as relações das inscritas, se constavam na página do Município, foram excluídas. Ainda estão na página da cultura.

Com isso, o mais tradicional e famoso evento da atual gestão se perdeu todo. Previsto para começar às 19h, a primeira quadrilha só se apresentou perto da meia-noite. Ao tomar conhecimento das desistências, o publicou não perdoou: vaias repetidas e prolongadas tomaram conta do local. Um certo nervosismo no pessoal da produção. Muita gente foi embora.

A maré de azar não parou por aí. Se realmente tinham dez quadrilhas agendadas para a segunda noite do festival, domingo, 11, apenas seis se apresentaram.

Decepcionante demais para o sucesso sonhado. Tanto dinheiro (nosso) gasto com estrutura montada (que seguramente não custou baratinho), com pessoal de apoio, premiações, cachês… Para quase nada.

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