Maragogi sem espaço público para carros e pessoas

Ontem, no fim da tarde, levei meu filho, uma criança de 10 anos, para passear de bike pelas ruas da cidade. Sempre procuro meios para tirá-lo de casa, do celular. A gente costuma jogar bola na praia, nos fins de tarde, mas a maré estava bem cheia. Não vi outro local para levá-lo.

Então fomos pedalar pelas ruas abarrotadas de carros. Pelo espaço que sobra para pedestres, ciclistas e para os veículos trafegarem, entre outros automóveis estacionados dos dois lados das ruas. É uma mistura de China com algum filme muito doido.

Sempre peço para o garoto se manter ao meu lado. Mas, quase chegando ao Corpo de Bombeiros, ele pedalou com mais velocidade, me ultrapassou e se afastou um pouco de mim.

Foi quando um buggy, numa fração de segundos, passou veloz e quase o pega por trás.

O menino, felizmente, ouviu meu grito e percebeu a presença do buggy. Jogou-se contra um carro parado, e conseguiu frear sem se chocar totalmente com o veículo.

Estranhamente, o condutor do buggy, que não reconheci, pois só o vi por trás, pareceu nem avistá-lo. Passou veloz, e sequer o motorista olhou para o lado do menino, como se estivesse completamente cego para qualquer outro ponto que sua mente não tivesse alcançando naquele momento.

O susto não parou por aí. A imprudência também não.

Já de volta, na orla, acompanhamos o fluxo dos veículos, ou seja, “na mão”. De repente surgiu um homem também de bicicleta, na direção contrária, e por pouco, muito pouco, não bate de frente com a criança, que pedalava rente aos carros parados. O cara veio com tudo, sem se importar ou enxergar o garoto numa bike bem menor. Como o motorista do buggy, parecia anestesiado.

inda bateu de leve e, por pouco, o menino não perde o controle da direção e cai no asfalto. O homem passou normalmente. Sem mudar a expressão do rosto ou fazer menção de frear. Seguiu como se não tivesse acontecido absolutamente nada.

Não sei qual emoção bateu mais forte em mim: o susto, a indignação, ou a raiva.

Pareci viver duas situações surreais. Não pelas colisões, mas pelo comportamento dos dois homens.

E fiquei refletindo sobre dois fatores.

O primeiro, o humano. Em como o ser humano está piorando a cada dia, tornando-se cada vez mais egoísta, insensível, ambicioso, irresponsável, cruel.

O outro ponto é o administrativo.

Como pode um Município que se orgulha de ser a capital do turismo da região norte, que se vangloria de hotéis e pousadas superlotados, faturando a mil, esquecer a lição de casa? Me refiro à estrutura da cidade. Entre outras urgências, a cidade não tem uma ciclovia. Que, aliás, foi tão anunciada – e nunca concretizada.

Maragogi fica intransitável para todo mundo quando a cidade está cheia de turistas. Torna-se uma cidade insuportável de se habitar. E por causa de problemas básicos, como energia elétrica, fornecimento de água, e, recentemente, por onde andar, onde estacionar?

O espaço para a máquina e para o ser humano nas áreas públicas está diminuindo a cada dia. Está limitado. O ser humano está sendo espremido.

É salutar divulgar as nossas belezas naturais (único atrativo), vez que o turismo é nossa maior fonte de renda. Mas é preciso que se fale também do lado negativo, para conscientizar nossos dirigentes de que nem tudo vai bem.

Para ao menos “pensarem em tentar” solucionar alguns problemas gritantes de nossa cidade.

Uma resposta

  1. O Brasil e o mundo vão para Maragogi e notam o atraso da cidade.
    Problema de água, energia, esgoto, calçamento(asfalto), estrutura, entre outros.
    Só algumas belezas naturais não são o bastante, a cidade tem passado muita vergonha em relação ao nome que tem(Caribe Brasileiro).
    Comparação: Maragogi x Caraguatatuba, Maragogi x Campeche, Maragogi x São Sebastião, Maragogi x Balneário Camboriú, Maragogi x Ilha Bela, Maragogi x Ubatuba.

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