Maragogi e a Covid-19: As trapalhadas de um tal Gabinete da Crise

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A pandemia provocada pelo novo coronavírus tem mostrado a eficiência e a ineficiência de alguns governantes, em Alagoas, no Brasil e no mundo. O Brasil, notoriamente, é um péssimo exemplo para o mundo. No município de Maragogi, litoral norte de Alagoas, os erros foram e são constantes. O “Gabinete da Crise”, assim denominado pelo gestor do município – que é médico –, cuja composição é formada por mentes brilhantes do “alto escalão” do seu governo para direcionar o gestor ao caminho dos acertos, só tem mostrado uma certa desinformação e causado trapalhadas. Vejamos:

28 de abril – A pandemia mal começa e o prefeito já determina a reabertura do comércio, restaurantes, pousadas e hotéis, recentemente fechados, por determinação do governo do estado. O decreto de nº 016/2020 valeria a partir do dia 1º de maio. A medida chega a ser publicada no Diário Oficial dos Municípios (DOM).

30 de abril – Prefeito recua e emite um novo decreto, o de nº 018, revogando o decreto anterior e prorrogando as medidas anteriores, além de acrescentar outras novas.
Naquela data, Maragogi tinha apenas seis casos confirmados do novo coronavírus (COVID-19), e dois óbitos.

20 de maio – Prefeito libera a reabertura de academias de ginásticas, salões de beleza e barbearias, através de mais um decreto, o de 021, seguindo o mau exemplo do presidente da República, que ensina tudo o que não deve ser feito na pandemia. Bolsonaro classificou essas atividades como serviços essenciais em decreto presidencial publicado no dia 11 de maio.

22 de maio – Após pedido da Defensoria Pública do Estado, o Tribunal de Justiça (TJ-AL) determina a suspensão do decreto nº 021. De acordo com a decisão do presidente TJ-AL, desembargador Tutmés Airan, o Município também deveria se abster em publicar qualquer outro decreto que contrarie às determinações do decreto de emergência estadual que proíbe a abertura de salões, barbearias e academias de ginástica. As medidas restritivas em todo o estado valeriam até o dia 31 de maio.

Conclusão do presidente do TJ: “…atividades não contempladas no Decreto nº 69.844, de 19 de maio de 2020, do Governador do Estado, e nem nos anteriores, bem como determino que se abstenha de adotar qualquer ato ou medida contrários às determinações estaduais de resguardo à saúde pública. 15. Advirta-se que o descumprimento desta decisão caracteriza a incidência do crime de desobediência previsto no art. 330, do Código Penal, na conformidade do que prescreve o art. 26, da Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009, ficando o infrator em flagrante permanente.” O prefeito revogaria, de novo, outro decreto, no dia 25 de maio.

16 de novembro – No dia seguinte da eleição, o prefeito convoca os apoiadores para o arrastão da vitória. O evento político é realizado na orla marítima da cidade. Com banda e trio elétrico, milhares de pessoas comemoraram o carnaval que, com certeza, não terá em 2021.

10 de dezembro – Já com a segunda onda da pandemia em crescimento, aterrorizando todo o mundo, o gestor comemorou seu aniversário num badalado receptivo turístico, aglomerando amigos, correligionários e alguns eleitores mais privilegiados. Como se já soubesse que não faria queima de fogos no Réveillon, resolve usar o estoque comprado nesta data: o magnífico show pirotécnico chama a atenção dos pobres mortais dos munícipes que não foram convidados. O evento, com direito a banda musical, está sendo chamado pelos maldosos de “a festa do Carlinhos Maia do Caribe Brasileiro”.

18 de dezembro – O prefeito anuncia que Maragogi terá queima de fogos na virada do ano. O município, mais uma vez, quer se diferenciar das outras cidades e de outros estados. “Em Maragogi, não há motivos para preocupação com relação à aglomeração, pois seguiremos a orientação do Governo do Estado em não permitir festas acima de 300 pessoas e, por isso, vamos manter a tradição da queima de fogos”, diz ele ao portal Circuito Alagoas. Falou-se de um Decreto, mais um, que não mostrou as caras.

26 de dezembro – Prefeito anuncia que contraiu a Covid-19. Novamente, a prefeitura volta atrás e cancela a queima de fogos na virada do ano.

Aguardemos os próximos decretos a serem cancelados e as próximas aglomerações promovidas pelo Poder Público de Maragogi, já que ainda estamos no meio de uma pandemia.

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